terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ainda assim...

Quanta injustiça a vida, ainda que viva mais de mil anos não vou entender, como se passa e o que se passou. Assim teria eu te amado com forças, desejos e paixão. Mas o acaso, trôpego e desatinado, não quis que assim fosse.

Foi trágico e feio, não para você ou para ele, entretanto, sim para mim. Abrir meu peito, expor minha fraqueza com franqueza, te mostrei minha impossibilidade de te possuir. Mostrar como sou de papel, tão suave que se desfaz com uma gota de chuva, mostrar que a rocha, que parece firme, é tão sutil e etérea quanto uma parede de fumaça, que o seu não fez questão de destruir e espalhar no ar.

Além disso, fez ventar forte e fazer a fumaça da minha falsa força se espalhar para nunca mais se juntar, passando com ele, com outro, sobre os cacos do que eu fui.

Apenas quis ver-te andado, suave como pétala de flor delicada em dia de brisa quente de verão, vindo em minha direção, com braços abertos, demonstrando saudade e vontade de me ver! Queria somente poder imaginar que teria teu sorriso, nem que por um segundo, por pena ou por desculpa para me dispensar, entretanto, nem isso posso ter, pois sei que me despreza.

Ah, quanta injustiça a vida, não entendo como um ser anjo por fora pode possuir alma de demônio, como a beleza pode esconder tanta indiferença e superficialidade. Não entendo como Deus permite que pobres e pequenos corações sejam conquistados e destruídos, mas mesmo assim, apesar da maldade e da indiferença, ainda assim entregaria o meu a você, para que o destruísse novamente.